segunda-feira, 3 de março de 2008

Maracatu Cearense

MARACATU

O Maracatu é a mais tradicional dança dramática de origem afro- descendente presente na cultura do povo cearense, configurando um cortejo formado por baliza, porta-estandarte, índios brasileiros e nativos africanos, negras e baianas, negra da calunga, negra do incenso, balaieiro, casal de pretos velhos, pajens, tiradores de loas e batuqueiros, em reverência a uma rainha negra e sua corte real. No Ceará, o povo caboclo usa uma mistura de fuligem, talco, óleo infantil e vaselina em pasta para tingir o rosto de negro.

O ritmo do maracatu cearense é apresentado por um grupo de percussão no qual incluem-se caixas, utilizadas sem esteira para acentuar a batida grave, surdos, bumbos, ganzás, chocalhos e triângulos, também chamados de ferros, confeccionados com molas de transporte pesado, o que lhes confere um timbre característico e uma sonoridade acentuada, destacando-se dos demais instrumentos. O macumbeiro ou tirador de loas é quem canta as toadas, nas quais são geralmente enfocados temas ligados à cultura, à religião e à história da África e do Brasil.

Oriundo das coroações de Reis do Congo, acontecidas a partir do século XVIII nas igrejas de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos espalhadas por Fortaleza e cidades interioranas como Sobral, Icó, Aracati e Crato, os maracatus foram descritos pelo escritor Gustavo Barroso em seus desfiles pelas ruas da capital cearense ao final da década de 1880.

Conforme registrado no livro Idéias e Palavras, existiam os maracatus do Morro do Moinho (Arraial Moura Brasil, por trás da Estação Central), do Beco da Apertada Hora (atual rua Governador Sampaio), da rua de São Cosme (atual rua Padre Mororó), do Outeiro (Aldeota antiga, atual região do Colégio Militar) e o do Manoel Furtado.

O maracatu chegou ao carnaval, desfilando oficialmente como agremiação carnavalesca, em 1937, através de um convite feito pelo então Rei Momo Ponce de Leon ao Maracatu Az de Ouro, fundado em 1936 por Raimundo Alves Feitosa, compositor e tirador de loas também conhecido como Raimundo Boca Aberta.

A partir da década de 1950 surgiram outros grupos como Estrela Brilhante, Az de Espada e Leão Coroado, agremiações de grande destaque nos desfiles carnavalescos, contribuindo com a riqueza de seus cortejos para a consolidação do maracatu como uma das mais importantes expressões artísticas e culturais do povo cearense.

A história do carnaval em Fortaleza registra um expressivo número de grupos, muitos deles extintos, como é o caso dos maracatus Rancho Alegre, Nação Africana, Rei de Espada, Rei dos Palmares, Nação Uirapuru, Nação Gengibre, Nação Verdes Mares e Rancho de Iracema.

Atualmente participam do carnaval de rua os maracatus Az de Ouro, Rei de Paus (fundado em 1960, com o nome de Ás de Paus), Vozes da África (fundado em 1980), Nação Baobab (fundado em 1995), Rei Zumbi (fundado em 2001), Nação Iracema (fundado em 2002), Kizomba (fundado em 2003), Nação Fortaleza (fundado em 2004), Nação Solar (fundado em 2001), Axé de Oxossi (fundado em 2007) e Girassol (fundado em 2008).


Fonte: http://www.batoque.com/fortaleza

4 comentários:

IDEAIS PRODUÇÕES disse...

Viva o maracatu cearense!
Conheça e divulgue no blog http://ideaisproducoes.blogspot.com/ e na comunidade do orkut http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=12347066 - ideais produções as ações deste blog.
Um grande abraço!

Clara Dourado disse...

Olha a tia Lu... Toda escritora!
hehehe

Bem vinda ao universo dos blogs.

Beijos.

Anônimo disse...

Olá,
Convido vcs para o coquetel de lançamento do Projeto Postais “Fortaleza ontem e hoje” iniciando a programação dos 50 anos do Arquivo Nirez.
Será quarta-feira (15.10) no anfitearo da Secultfor ás 18h.
Gostaríamos de fazer uma matéria do evento.
Um grande abraço.

Andrea Vasconcelos 99561625/88155046

naldinho braga disse...

No último sábado, dia 29 de outubro de 2011, Calé esteve em cajazeiras - Paraíba fazendo show. na ocasião tinham alguns cearenses ansiosos para ouvir os ferros do maracatu cearense, e rolou. Foi uma linda festa. Depois de ouvir os Cds que calé deixou comigo, voltei a pegar em uma velha composição inacabada por falta do que dizer na letra. ouvindo os Cds e lendo esse Blog, concluímos um maracatu cearense, feito na paraíba.
abração pra todos os brincantes daí.