sexta-feira, 2 de maio de 2008

Estréia do Maracatu Nação Fortaleza no Carnaval de Rua de Fortaleza


No ano de 2005 o Maracatu Nação Fortaleza fez sua primeira participação no carnaval de rua da cidade. Apresentando como tema e loa Ginga, Rainha da Gente, criada e interpretada pelo cantor, compositor e pesquisador Calé Alencar. Cortejo destacando o vulto de Ginga N'Bandi, rainha guerreira banto, presente na história do povo africano como símbolo de coragem e resistência ao domínio dos invasores europeus.





Nascida em 31 de janeiro de 1552, na região de Matamba, Ginga N’bandi faleceu em 17 de dezembro de 1663, sendo a única soberana de toda a África que, sem jamais saber da existência do Brasil, continua na memória brasileira, presente nas Coroações de Reis Negros das Irmandades de Nossa Senhora do Rosário, no Auto dos Congos, nos Maracatus e nos Reisados.

Os escravos aprisionados em Angola levaram a odisséia tempestuosa da rainha negra de Matamba. Todo o século XVIII brasileiro exigiu a mão escrava de sudaneses e bantos para a mineração, catas de diamantes e alargamento de canaviais. Os governos portugueses de D. João V, D. José e D. Maria I tiveram o Brasil como fonte produtiva. Com D. João V o ouro. Com D. José as matérias primas e as companhias de comércio. Com Maria I o mercado consumidor e exportador, suprindo em espécie e moeda o tão amargurado sonho da Índia Portuguesa.

Para todo esse mundo, o Brasil no seu contorno territorial presente, o escravo era indispensável. Os negros vieram aos milhões, notadamente de Angola, fornecedora e geograficamente entreposto de embarque das peças, nome dado aos negros pelos traficantes de escravos.

Em cada navio, invisível e lógica, embarcava a Rainha Ginga, personagem das mais significativas na história de luta e resistência do povo africano, por seu exemplo de tenacidade e bravura, escolhida como tema do Maracatu Nação Fortaleza, em sua estréia no carnaval de rua da capital cearense.


Fonte: www.batoque.com/fortaleza

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